Fernanda Burin: Sua melhor versão.

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Com 20 anos de carreira, Fernanda Burin, Executiva de RH da ABRH-SP e Professora na Insper e ESPM, possui um legado sólido no mundo corporativo e mentoria.

Filha da Izabel e do Fernando, irmã do Giovani, esposa do Renato e mãe do Bento, Fernanda Burin iniciou sua trajetória profissional apoiando o negócio dos seus pais na adolescência. Começou a lecionar em 2017 e hoje é professora no INSPER e na ESPM. Por estar sempre ligada às melhores práticas para profissionais de Recursos Humanos, Fernanda assumiu em 2024 o cargo de Diretora de Conteúdos na ABRH-SP.

Quais são os desafios e vantagens de atuar simultaneamente como executiva de RH e professora?

Conciliar esses dois papéis às vezes é desafiador, especialmente em termos de tempo e energia, mas também é extremamente gratificante. O maior desafio é ir além e cuidar de mim e da minha família nas diferentes frentes que isso exige. Como Executiva de RH, estou imersa nas operações do dia a dia, onde preciso tomar decisões estratégicas e táticas rapidamente. Como professora, tenho a oportunidade de refletir sobre essas experiências, estruturar esse conhecimento e transmiti-lo de forma que possa ajudar outros profissionais a crescer. A grande vantagem dessa dualidade é poder ver que a teoria e a prática se complementam de forma direta e significativa, acelerando o desempenho nos dois ambientes. 

E como a IA está inserida nesses diferentes contextos? 

A IA está no mundo corporativo há muito tempo, só que era pouco divulgada. O ChatGPT apenas tornou a IA mais escancarada e democrática para as diferentes organizações e áreas de negócio. E o que percebo é que nos últimos dois anos, pela linguagem natural, a ferramenta se tornou necessária e útil em qualquer frente, possibilitando ganho de eficiência, velocidade e qualidade. Mas, ao mesmo tempo, tornou-se um desafio ético e social pelo impacto emocional que muitos têm do medo do novo. Já no meio acadêmico, o desafio ético está na produção acadêmica e também no desenvolvimento de habilidades de construção de opinião, formação de conteúdo e desenvolvimento, já que estudantes podem utilizar erroneamente a ferramenta. Mas vejo também grande oportunidade de alavancar e acelerar o aprendizado se for programada para ser utilizada de forma consciente e estruturada.

Qual você considera a habilidade-chave para ser um lifelong learner?

Criar uma estratégia para ser utilizada durante toda a vida, independente do momento de carreira. Ou seja, aprender quando criança deve ser divertido, mas enquanto estudante e trabalhador é fundamental para o desenvolvimento emocional, físico e social. Algumas habilidades são frequentemente associadas a esse perfil, como flexibilidade, adaptabilidade e resiliência, que se referem à capacidade de mudar de direção e se adaptar ao ambiente, além de ser resiliente para visualizar e construir algo positivo em cenários de desconforto. Há também o aprendizado e autonomia para descobrir como pesquisar, investigar e desenvolver ações e planos de aprendizado autônomos; a curiosidade para sair da inércia de conhecimento padrão e senso comum para a construção de um conhecimento crítico, dialogado e profundo; e o uso da tecnologia para fomentar networking através de grupos e comunidades, proporcionando bons canais para trocar aprendizado.

Como mentora do programa “Nós por Elas”, do IVG, o que de mais importante você tem ensinado e aprendido? 

A mentoria é um processo que muitas vezes a gente aprende mais do que ensina. Já estou no programa há mais de 10 edições e há muitos perfis de mentoradas. O que noto é que boa parte tem muito desejo de crescer, mas esquecem de estruturar a vida nos seus diferentes pilares. Além de ter esse olhar amplo, temos que criar planos de ação para os objetivos, ter planos B, C, D. Minha visão de plano B é porque o ambiente, o cenário, o contexto podem mudar completamente quando falamos de vida profissional. Empresas podem fechar, vivemos uma pandemia que mudou a perspectiva global, voltamos a ter guerras em duas regiões que estão impactando o mundo todo e isso traz instabilidade. Então, como minha professora de yoga sempre repetia, “precisamos encontrar conforto no desconforto”. Pensar em planos B, como uma segunda carreira ou um hobby rentável, pode auxiliar nesse movimento contínuo de cenário, ambiente e transições mais leves. O meu aprendizado tem sido de ter paciência, empatia e ao mesmo tempo saber valorizar minha jornada. Muitas vezes isso já acalmou e inspirou as mentoradas a criarem seus caminhos e suas soluções. 

Qual é o seu legado ROCK?

Quero sempre poder apoiar as pessoas a serem suas melhores versões e terem seus melhores resultados para que possamos evoluir como sociedade. Para isso, há mais de 20 anos faço trabalhos voluntários diferentes e nos últimos 4 intensifiquei com mentorias. Atuar como professora e apoiar colegas enquanto estudante e líder também é uma forma de tentar dividir o que aprendi e o que vivi para que outros usem a experiência como alavanca e encurtem seus caminhos. Eu procuro fomentar de alguma forma a transformação, a mudança e fazer o desconforto ser algo normal e tranquilo por onde passo, trazendo leveza, alegria e organização. 

TOP 3 CONTEÚDOS PARA O RH:

Livro: (Aprendizado): Organizational Learning: A Theory of Action Perspective (Argyris, C & Schon, D.A., 2010) e Lifelong Learns – O poder do aprendizado contínuo (Conrado Schlochauer, 2021)

Filme(Cultura e Estilos de Liderança): Diabo veste Prada

Série (Cultura, Tradição e Política Corporativa) : The Crown

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